InspiradosLocal
Envelhecer
Não envelhecemos assim que nascemos?
A cada dia-cada noite
O tique-taque de relógio silencioso
O registro nas células, mudos órgãos internos,
A motilidade crescente, habilidade nascente,
Lusco-fusco decrescente, senil, senescente.
Vida que nasce-morre nos cabelos,
Nas unhas, nos pelos, nos desejos e degelos.
De repente?
Insensibilidade, incomunicabilidade, sonhos perdidos,
erros sentidos, acertos fluidos, ressecada imobilidade.
Ciclotímica vida-morte, revirada ampulheta,
solitária busca,
estatutário e anônimo comando de quem,
do que?
A vida escapa, escorrega,
A morte espreita, nos carrega,
Quem há de definir quanto há a envelhecer,
E quão velho já podemos ser?