Dá pra resolver

A cidade cresceu. Está prestes a bater os quatrocentos mil habitantes.
O último censo do IBGE, contestado por inúmeros municípios brasileiros, registra 352.536 habitantes como população.
Quem zanza pelos quatros cantos da nossa terra sabe que a conta não fecha. Expandimos para todas as bandas.
Como se desenvolveu a zona oeste? E as regiões sul/sudoeste?
Tabular e homologar que temos menos 35% do povo francano ocupado? Sei não, é difícil botar fé!
Confrontem outro dado intrigante e que tem potencial de discrepância para refutar pontos e partes dos questionários da autarquia federal, a qual é o principal provedor de dados e informações do País, para atender às necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade civil, bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal, com funções bem definidas na realização de censos demográficos, produção, análise, pesquisas e divulgação de informações estatísticas e, assim, tem competência legal para coletar, organizar e divulgar informações sobre a população, a economia e o território do Brasil:
– a taxa de escolarização de Franca, de pessoas dos 6 aos 14 anos de idade (e está defasada, por ser de 2010!) é exceção, com méritos, no país: 98,2%.
Mais um dado nessa pegada de importância do município no estado e na federação: para 2023, nos anos iniciais, nossa nota é 7,0 no IDEB.
Na fase de desenvolvimento econômico, social, educacional que a cidade conquistou também temos que lidar e resolver as questões de desemprego, transporte urbano mais barato, poluição ambiental, aumento da criminalidade e outras faces das mazelas e sinais das brutais de desigualdades que, na área habitacional, cria e expulsa comunidades que tendem à sua favelização.
Franca não tem favelas, dirão tantos.
Vamos dar uma voltinha pelos bairros?
Acha que certos conjuntos habitacionais financiados pela CDHU e outros agentes do Sistema Financeiro da Habitação são uma beleza, de uma qualidade de vida de dar inveja aos Alphavilles e condomínios fechados – ilegalmente, inclusive?
Tem coragem de esconder ou consentir que empobrecidos ocupantes de um deles, plantado na base da ameaça de despejo coletivo de quem morava em setor nobre da colina da Santa Rita/Santa Cruz, para serem arremessados com o mínimo do mínimo, do outro lado da city, em moradias do tamanho de um ovo (no preço anterior ao mandato atual do Papi) e que, passadas décadas, não encontraram viva e boa alma para lhes conceder escritura pública de propriedade do pedaço de chão que ocupam em condições de notável insalubridade?
O vídeo parece não dizer nada com as informações alinhadas daqui para cima. Engana-se.
A reivindicação desfechada tem duplo objetivo:
– instalação de circuito de monitoramento por câmeras nesta área público-institucional municipal que confronta com o HEMOCENTRO, às margens da Dr. Hélio Palermo, na altura em que bica com a Rua Emílio Bertoni e, ainda, com o que se pode chamar de NGA;
– cobrar solução e não estudos para o que sobrou de uma banca de jornais no mesmo logradouro, local ideal para a vadiagem, consumo de drogas ilícitas e ocultação de coisas de procedência duvidosa e guarda de roupas e outros pertences de pessoas em situação de rua, sabido que o Centro Pop por aqui é top.
Outras estruturas de bancas desativadas, de outros bairros e setores, merecem a mesma atenção e providências efetivas da Administração local. Como não?
Pode ser que tenhamos informações do que virou, de verdade, o que um dia foi o Projeto de Lei Ordinária nº 121/2023, aprovado pela Câmara Municipal, vertido na Lei nº 9.448, de 25 de novembro de 2023, com a proveitosa finalidade de modificar a Lei nº 6.064, de 04 de novembro de 2003, que dispõe sobre o funcionamento e instalação de bancas de jornais e revistas no município.
No portal do Legislativo Francano, pode-se ler que as mudanças pretendidas com aquela novel lei seriam para atender as reivindicações dos permissionários das referidas bancas, transformando-as em lojas de conveniência, com autorização para a venda de outros produtos não relacionados com a sua ultrapassada e falida destinação de origem, ou seja, xerocópia, chaveiro, comercialização de salgados, artesanatos e bijuterias e o que mais for compatível com as normas sanitárias, evidentemente.
Senhores Vereadores, ajudem a fazer cumprir o que aprovaram. Será bom para todos. Jean Jacques Rousseau, pensador do século XVIII, um votinho de confiança, por favor: “as leis são sempre úteis aos que têm posses e nocivas aos que nada têm.”