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Economia Circular

Por Luciana Rocha

A prática de produção linear da nossa economia atual, baseada em “Extrair – Produzir – Descartar”, tem causado o esgotamento dos recursos naturais, um sério problema de descarte de resíduos e a contaminação dos ecossistemas necessários à vida: ar, clima, água potável e solo. 

Em função da impossibilidade de mantermos esta prática indefinidamente, a Economia Circular ganha novos adeptos. Fundamentada em ciclos livres de rejeitos e manutenção de produtos e materiais em uso pelo maior tempo possível, se mostra uma alternativa ao modelo vigente.

As abordagens circulares visam reter os recursos o maior tempo possível em uso, de forma a reduzir a necessidade de entrada de novos recursos no sistema, diminuindo assim a pressão sobre as matérias-primas e recursos naturais. Também se baseiam na utilização de energias renováveis como biogás, solar e eólica.  

Conforme a Fundação Ellen MacArthur (2020), referência global no assunto:

“A transição para uma economia circular não se limita a ajustes visando a reduzir os impactos negativos da economia linear. Ela representa uma mudança sistêmica que constrói resiliência em longo-prazo, gera oportunidades econômicas e de negócios, e proporciona benefícios ambientais e sociais.”

Os elementos básicos para a construção de uma Economia Circular são:

1-Design: desenho produtos e serviços que facilitem a reutilização, reciclagem e aproveitamento destes em múltiplos ciclos.

2-Ciclos reversos que possibilitem o aproveitamento e retorno dos materiais ao solo, no caso de materiais orgânicos, ou ao sistema de produção industrial, no caso de materiais técnicos.

3-Novos Modelos de negócios, como exemplo: Produtos como Serviço e compartilhamento.   

Para criação de novos modelos de negócios circulares é essencial um olhar ampliado dos sistemas e do ciclo de vida do produto e a estreita colaboração entre os vários atores ao longo da cadeia de valor.

Segundo a Fundação Ellen MacArthur, a criação de uma economia circular para cinco setores chave: aço, alimentos, alumínio, cimento e plásticos, contribuiria com a 45% de redução dos gases efeito estufa em relação às metas dos países até 2050.

Não é por acaso que diversas agendas de retomada econômica pós-pandemia a exemplo do Green Deal Europeu, França, Finlândia e Inglaterra, incluem abordagens circulares com objetivo de evitar o desperdício de materiais e gerar crescimento.

No Brasil, algumas iniciativas começam a ser adotadas, como o programa municipal da cidade de São Paulo de combate ao desperdício de alimentos e iniciativas de práticas regenerativas de agricultura em áreas rurais e nas hortas urbanas. Também no Rio de Janeiro, um plano de incentivo a compostagem de resíduos urbanos, que representam cerca de 50% do volume total da coleta urbana.

A integração entre os stakeholders é vital para garantir a transição, bem como a adoção de políticas públicas e acesso a financiamentos para impulsionar os negócios circulares.

O sucesso da transição para sistemas sustentáveis e que funcione sem resíduos, depende de cada um de nós.

Quer saber mais?

Ellen MacArthur Foundation, Completing the Picture: How the Circular Economy Tackles Climate Change (2019)

WEETMAN, C. Economia Circular, Autêntica Business, 2019.

PORTAL DA INDÚSTRIA O que é Economia Circular?

IDÉIA CIRCULAR O que é Economia Circular?

FUNDAÇÃO ELLEN MACARTHUR 

ACCENTURE Waste to wealth, 2015

Luciana Rocha é consultora de embalagens, líder do Comitê de Sustentabilidade do Grupo Mulheres do Brasil em SP e mestranda na área de sustentabilidade, com mais de 20 anos de experiencia em posições executivas em multinacionais no ramo de embalagens.

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