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Primeira mulher negra na Suprema Corte deve ser indicada por Biden

O anúncio de que o juiz progressista Stephen Breyer, 83 anos, planeja se aposentar e deixar a Suprema Corte dos Estados Unidos em junho repercutiu intensamente em Washington. Com a decisão de Breyer, o presidente Joe Biden deve fazer a primeira indicação à máxima instância do Judiciário. O democrata pode entrar para a história com a inédita escolha por uma mulher negra para o cargo. De acordo com a rede de TV CNN, a favorita para a vaga de Breyer é a juíza Ketanji Brown Jackson, 51, lotada no poderoso tribunal de apelação da capital federal. Ela também trabalhou como advogada da equipe de Breyer e foi defensora pública federal.

“O presidente disse e reiterou sua promessa de nomear uma mulher negra para a Suprema Corte, e essa promessa continua de pé hoje”, disse Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, que se negou a confirmar a renúncia de Breyer. Para especialistas consultados pelo Correio, a aprovação de Ketanji será um desdobramento natural. “Na campanha eleitoral, Biden prometeu que nomearia uma mulher afro-americana para a primeira vaga na Corte. Promessa é dívida. Legalmente, ele tem escolha; politicamente, não”, explicou Alan B. Morrison, professor da Faculdade de Direito da Universidade George Washington, situada em Washington D.C.

Professor de direito de interesse público na mesma universidade, Jonathan Turley afirmou que o uso de uma qualificação de limite baseada em raça ou em gênero não seria permitido em uma universidade ou em uma  companhia privada. “Não é algo apenas inédito, mas também desnecessário. É um momento irônico, dada a consideração da Corte sobre as preferências raciais pelas universidades”, disse. 

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