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Artista Eneida Nalini apresenta “Par tida” um monólogo sobre amor, memória e perdas

PAR TIDA é um solo com Eneida Nalini, com texto e direção de Mauro Júnior e direção musical de Ruy Cunha. A peça será apresentada no teatro Judas Iscariotes, nos dias 2 e 3 de abril, ás 19 e ás 21 horas, a entrada é um quilo de alimento não perecível.

O projeto é realizado com recursos financeiros do edital Bolsa Cultura, edição 2021, da FEAC – Fundação Esporte, Arte e Cultura e da Prefeitura Municipal de Franca. A obra aborda a vivência da atriz Eneida Nalini que perdeu para a covid-19, sua mãe, seu marido e sua sogra. Três mortes em uma semana. “Sim, são três partidas repentinas do seu alicerce. Não é ficção, mas a crueza da vida real. Mas não são sobre números, mas sobre vidas perdidas. Como transformar uma história real dessas em arte? É a necessidade de o sujeito narrar a si mesmo, conforme Foucault, a ficcionar sua biografia, que nos motiva neste projeto”, explica.

Usar a realidade, mesmo que crua, para significa-la sobre o palco. Encontrar poesia no concreto da existência. É a potência dos temas memória e perda para ser narrado em primeira pessoa, afinal, nada mais ímpar do que nossas lembranças, imagens, referências, vivências e esquecimentos. O que se pretende ao visitar arquivos íntimos é colher materiais dramatúrgicos autênticos. Além disso, o que interessa é a ideia de compartilhamento de subjetividades que as temáticas proporcionam. A possibilidade de atravessar a memória do outro e recriar novas experiências. Explorar o campo da memória herdada, assim, formar novas memórias a partir dos relatos e vivências de outras pessoas.

Para o autor do texto e diretor do espetáculo, Mauro Júnior, “este trabalho nos possibilita entrar em contato com uma variação de emoções e sentimentos. A história da personagem se entrelaça com a da atriz em cena. Da tragédia pessoal da Eneida, emerge um espetáculo de sensibilidade tamanha. Não há como sair ileso após assistir Eneida neste solo. O espetáculo é, em certa medida, uma homenagem a todos os que tiveram suas vidas ceifadas por essa terrível doença, aos seus familiares”.

SINOPSE:

PAR TIDA é um solo sobre a memória, o amor e perdas. Cacos de memórias que são colados e uma delicada história de afeto pela vida e pela família nos é desvendada. Como confiar na memória, seus ecos difusos? Quanto de inventividade há na memória? Como contar uma história recheada de falhas de memória? É a partir dessas reflexões que Renato, a personagem do solo, reverbera suas histórias, manipula suas peças, até formar um quebra-cabeça sobre a vida e a morte. De Samuel Beckett vem a inspiração para essa figura alquebrada, memorialista, espectro que à la Krapp em “A Última Gravação”, grava, arquiva e ritualiza suas memórias em uma mídia, aqui, das imagens em movimento. Um texto autobiográfico e ao mesmo tempo ficcional, que se utiliza do procedimento da intertextualidade, em diálogo constante com a literatura em sua construção dramatúrgica, e que ainda abre espaço para que a atriz o preencha com suas memórias, num momento dedicado à quebra da quarta parede, ao seu momento rapsodo, nos narrando também sua história de amor, alegrias e perdas. Um espetáculo minimalista, centrado no trabalho da atuação, na força da palavra e imagens materializadas.

“A arte sempre me impulsionou. Em tempos de harmonia e alegria, lá estava ela. Ela me auxiliava na construção do eu, essa construção infinda e demorada, em um sem-fim na busca do autoconhecimento. A arte, agora, me impulsiona neste tempo difícil, tempo onde é preciso ser forte, não esmorecer e continuar lutando”, disse a atriz.

FICHA TÉCNICA:

Texto, direção, cenografia, iluminação e figurinos: Mauro Júnior

Atuação: Eneida Nalini

Músico: Ruy Cunha

Foto e vídeo: Normélia Bertoni

Operação de vídeo e montagem técnica: Roberto Sabino

Arte gráfica: Laís Nalini

Serviço:

DATAS: 02/04 (sábado) e 03/04 (domingo).

HORÁRIO: Duas sessões, 19h e 21h.

LOCAL: Teatro Judas Iscariotes (Rua José Marquês García, 395, Cidade Nova).

CONVITES: 1 kg de alimento não perecível. A doação é facultativa. É preciso chegar no Teatro com 1 hora de antecedência para garantir o lugar.

CLASSIFICAÇÃO: Recomendável para maiores de 14 anos.

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