Polícia

Segunda fase da Operação Castelo de Areia contra agiotagem prende mais 14 em Franca

Criminosos cobravam juros extorsivos com métodos violentos

O MPSP, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Polícia Militar deflagram, nesta terça-feira (3), a segunda fase da Operação Castelo de Areia, dando cumprimento a 17 mandados de prisão temporária e 22 mandados de busca e apreensão na cidade de Franca e região.

Durante as diligências nesta manhã foram presas 14 pessoas na cidade de Franca, 1 na cidade de Ribeirão Preto e 1 na cidade de Pedro Leopoldo (MG). Apenas um indivíduo permanece foragido.

Participaram da operação 11 Promotores de Justiça, servidores do Ministério Público, dezenas de Policiais Militares do Estado de São Paulo, bem como Promotores de Justiça e Policiais Militares do Estado de Minas Gerais que auxiliaram na captura de um investigado que estava na cidade de Pedro Leopoldo.

Foram apreendidos mais de 15 aparelhos de telefones celulares, computadores, diversos documentos contendo anotações sobre a agiotagem, 3 armas de fogo, aproximadamente R$ 50 mil em espécie, a quantia aproximada de R$ 100 mil em cheques, bem como artigos de luxo (como um relógio Rolex).

Diversos veículos pertencentes aos investigados, bem como em nome de terceiros foram bloqueados administrativamente nesta oportunidade.

A prisão temporária cumprida nesta oportunidade tem a duração de 5 dias, podendo ser prorrogada por igual período, período no qual o Ministério Público analisará a prova apreendida para eventual oferecimento de denúncia.

Os elementos indicam que os investigados presos nesta oportunidade possuem ligação direta com os presos (e condenados) da primeira fase da operação castelo de areia, mantendo as atividades criminosas da organização criminosa, inclusive auxiliando na manutenção financeira de parte dos familiares dos presos.

Segundo o MP, há elementos de prova demonstrando que os investigados da segunda fase mantinham o padrão de violência e grave ameaça empregados pela organização criminosa, bem como movimentando alto volume financeira, principalmente em contas bancárias em nome de terceiros somando, aproximadamente, R$ 31 milhões nos últimos 4 anos.

Operação Castelo de Areia

O objetivo da ação foi o de desarticular organização criminosa. Durante investigações iniciadas no final do ano de 2022 apurou-se a existência de um grupo que emprestava dinheiro a juros exorbitantes, valendo-se de cobranças com emprego de violência ou grave ameaça contra as vítimas. Parte do lucro era reinserida no próprio negócio criminoso, enquanto outra parte era objeto de lavagem de dinheiro, mediante a utilização de empresas de fachada, bem como aquisição de veículos de luxos e imóveis.

Na operação desta terça-feira, foram apreendidos armas, munições, dinheiro, aparelhos celulares, anotações de recebimentos de dívidas, relógio de luxo e joias.

Apurou-se, ainda, a participação de um ex-policial civil da cidade na prática dos delitos. Ele iniciou a sua participação no esquema criminoso enquanto ainda estava em exercício de suas funções. Os membros desta organização já foram julgados e condenados. Com o prosseguimento das investigações,  foram identificados outros membros desta organização criminosa, os quais continuaram na ativa mesmo com as prisões mencionadas anteriormente. Parte desta organização criminosa atua em outros cidades da região, incluindo em Ribeirão Preto, onde um dos líderes do grupo criminoso residia.

Durante as investigações, ficou evidenciada a agressividade nas cobranças, recorrendo-se até mesmo a ameaça expressa de assassinatos. Nas conversas interceptadas por ordem judicial, os criminosos chegavam a dizer que persistiriam no esquema ilícito, mesmo após a prisão dos outros integrantes. Disseram ainda que nada os intimidaria.

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