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Decreto

Durante muito tempo cheguei a pensar que era algum equívoco. Um erro qualquer que todos nós estamos sujeitos. Afinal, quem nunca errou uma grafia ao escrever? São duas letras “a” seguida no final pela letra “r”. Cheguei afirmar que um homem cordial é aquele que age com o coração. Entretanto, lembrei-me que o homem cordial caracterizado por Sérgio Buarque de Holanda é aquele passional, irracional. E não um homem gentil.

Preocupe-me. Já me disseram antes, de fato sou um homem de esperança. Minha esperança é tanta que comporta o mundo. Indago-me: o que levou este crápula a assinar aquilo? Foram aqueles homens a sua volta fazendo gestos execráveis com o indicador apontado e polegar engatilhado?

Nós, humanos, criamos coisas incríveis. Nossa inteligência é tamanha que nos cega. Disse a um amigo: “estamos em um momento de emburrecimento”. Fico imaginando como Drummond enfrentaria este solene ato. No mínimo pegaria a pedra do caminho e lançaria bem na testa daquele miúdo antes de assinar aquilo. Que fetiche é este do Senhor “Governante” e de seus apoiadores? Infelizmente, minha esperança não foi suficiente. Não era erro de grafia como torcia, tampouco confusão de conceito ou de letras. Ninguém queria rosas. Não tivemos sorte com a burrice dele. Não era “Amar” o civil. Naquele vinte de maio de dois mil e dezenove, o Decreto era para “Armar” o civil.

Dione Castro

É administrador de empresa, estudante de gestão empresarial pela Fatec, graduado em direito e um eterno curioso.

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