Moraes fala em encadeamento de mentiras sobre ataques de Bolsonaro às urnas
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Alexandre de Moraes deu o quinto e último voto pela declaração de inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL).
O magistrado classificou a reunião com embaixadores em que o ex-presidente desacreditou, sem provas, o sistema de votação como um “monólogo eleitoreiro”.
Afirmou também que as declarações do ex-mandatário “não são opiniões possíveis, são mentiras, são notícias fraudulentas”.
“Uma série de informações mentirosas, notícias fraudulentas, mas qual objetivo? O objetivo era simplesmente, vamos dizer, desopilar? O presidente acordou nervoso um dia, quis desopilar o seu fígado, e aí vamos atacar, quem vamos atacar? O tribunal eleitoral. O Supremo ficou na outra semana, o ataque ao ministro Alexandre foi nas três anteriores, então vamos agora no TSE e nas urnas eletrônicas”, disse Alexandre.
“Mas não foi isso, foi um encadeamento, uma produção cinematográfica, com a TV Brasil, com vídeos das reuniões para imediatamente, em tempo real e na sequência até a eleição, as redes sociais bombardearem os eleitores com essa desinformação, essa desinformação no sentido de angariar mais votos, angariar mais eleitores com esse discurso absolutamente mentiroso e radical”.
Moraes, que se tornou o principal algoz do bolsonarismo no Judiciário nos últimos anos, criticou Bolsonaro e disse que o resultado do julgamento em desfavor do ex-mandatário “confirma a fé na democracia e no Estado de Direito”.
“Essa convocação para realização de longa exposição –ou como aqui várias vezes foi denominado monólogo– com fartos ataques ao sistema eleitoral, à Justiça Eleitoral e seus membros com utilização de flagrante desinformação e notícias fraudulentas replicadas pelas redes sociais do investigado e seus apoiadores, com claro sentido de destruir a credibilidade do sistema eletrônico de votação e com finalidade de influenciar e convencer eleitor que estaria sendo vítima de grande conspiração do Poder Judiciário para fraudar as eleições presidenciais de 2022”, afirmou.
Ele disse, ainda, que o tribunal não inova ao declarar Bolsonaro inelegível e citou a ação que levou à cassação do ex-deputado estadual Fernando Francischini por ter difundido mentiras sobre as urnas eletrônicas.
“Nenhum candidato e especialmente o investigado nessa Aije, Jair Bolsonaro, poderia alegar desconhecimento sobre posicionamento desta corte eleitoral das principais premissas que deveriam ser observadas para as eleições de 2022.”