Sonhos e pesadelos ‘maridísticos’
É comum a todos os maridos que em certos momentos ele entre em transe, olhe para o nada, absorto em pensamentos desconhecidos.
As esposas ficam preocupadas, mas é uma bobagem se preocupar com isso, é normal estarem sonhando ou tendo pesadelos acordados. Faz parte da natureza do cônjuge.
Possivelmente, ele está abstraído em uma dessas três histórias:
Ele é um samurai no Japão feudal, com uma armadura mística e agilidade sobrenatural, enfrentando uma legião de ninjas assassinos para proteger sua a família e sua aldeia. Após a vitória, ele é recebido com glórias pela esposa, filhos e o chefe da aldeia, que o condecora com uma medalha de ouro. Cantos são feitos em sua homenagem e ele sorri.
Na segunda, ele é um jogador de futebol que puxa um contra-ataque aos 48 minutos do segundo tempo da final da Copa do Mundo. Ele supera um lateral alemão na corrida, finta um zagueiro francês e marca o gol encobrindo o goleiro argentino. Levanta o troféu olhando para a esposa e filhos. Uma estátua na sua cidade natal.
E a terceira história, nos sonhos mais profundos dos maridos, eles dormem numa cama de 42 mil reais, rodeada por flores e mel, tendo ao lado Juliana Paes coberta apenas por joias da Arábia Saudita.
Um amigo imaginou Juliana Paes no lugar da esposa na comemoração da Copa do Mundo. Aí não, aí é traição! O lugar da Ju (a intimidade me permite chamá-la assim) é na cama de 42 mil e coberta de joias.
Outro me disse que jamais compraria uma cama de 42 mil reais para ele e a esposa, mesmo que fosse dinheiro público. Joias, então, nem se fossem presentes dos sauditas.
Traumatizado, me contou uma antiga história. Comprou para uma ex-namorada uma calça de marca famosa caríssima e parcelou em 12 vezes. Terminaram o namoro 3 meses depois. E enquanto ele tirava do bolso o pagamento das 9 parcelas restantes, alguém tirava a calça (e a calcinha) da moça. Triste!
Mas os maridos também têm pesadelos horrorosos, dos quais esposas nem imaginam.
Em um pesadelo recente, eu dormia com as pernas encolhidas no banco de trás de um Marea Turbo. Acordei com um cheiro forte de gasolina, ao lado uma burguesa com boné do MST reclamando da taxação da Shopee e Shein.
Mas no pior pesadelo ‘maridístico’ que tiver, eu entrava por uma porta onde se lia “deixai, ó vós, que entrais, toda esperança”. Lá dentro, deitaram-me numa cama e fui obrigado a assistir a um debate sobre feminismo entre Djamila Ribeiro e Ana Campagnolo, enquanto Eduardo Bolsonaro e Guilherme Boulos massageavam com óleo de semente de uva meus pés direito e esquerdo respectivamente. Um inferno!
Maridos são tristes por natureza, pois amam e vivem entre a ilusão do que não podem ter, e o medo do que podem perder. As esposas incompreensivas devem compreender seus maridos. Rogo a todas paciência!
E para terminar, ontem, na hora do almoço, novamente tive o sonho com a Juliana Paes. Entre diamantes, rubis e esmeraldas, ela estava sentada na cama de 42 mil reais. Soprava um vento do leste, que balançava os cabelos encaracolados da morena. Eu não tive dúvidas e disse olhando nas pupilas da Ju:
_ Põe essa blusa da Shein, querida, o inverno está chegando.