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Histórias do bicentenário de Franca

O portal Notícias de Franca começa a publicar a partir de hoje uma série de textos especiais em homenagem ao bicentenário de Franca.

Os artigos vão contar a história da cidade, desde quando era apenas um pouso dos bandeirantes, ainda no século XVIII, até os dias atuais.

O projeto é de autoria de Isa Marguilet. Ela fez detalhada pesquisa nos acervos do museu de Franca e deu se toque pessoal para recontar a história da nossa cidade. Acompanhe, compartilhe com os amigos, com as crianças… É um jeito gostoso de descobrir ou redescobrir a nossa Franca.

Como tudo começou …

Você sabia que a história de Franca faz parte da história dos bandeirantes e suas expedições?  Sim, isso mesmo! E ela se destaca no cenário em que esses exploradores desbravaram o interior do Brasil, contribuindo para a formação e expansão do país.

No início do século  XVI, a cidade de Franca  era apenas uma floresta densa coberta por um mato chamado  Capim Mimoso do qual, um pouco depois, se originou o nome dessa região “Sertão do Capim Mimoso”.

O Capim Mimoso, também conhecido como Capim-dos-Pampas, é uma planta ornamental nativa da América do Sul, conhecida por suas grandes inflorescências plumosas e brancas. É uma planta perene que pode crescer até três metros de altura e é frequentemente cultivada em jardins e paisagens ornamentais devido à sua beleza. Suas plumas delicadas e exuberantes são uma característica marcante, dando um toque de elegância a qualquer espaço verde.

A história do Sertão do Capim Mimoso começou  perto dos rios Pardo e Sapucaí, com as expedições no Brasil nos séculos XVII e XVIII.

Um momento importante foi quando Bartolomeu Bueno da Silva, chamado de Anhanguera II, que era um bandeirante, liderou uma expedição em 1722 no Interior de São Paulo. Eles abriram uma estrada chamada “Caminho de Goiás”, ligando São Paulo às minas de ouro em Goiás. Essa estrada ajudou no desenvolvimento da região, deixando uma marca na história que ainda é lembrada hoje.

Entre os séculos XVI e XVII, a região que hoje é Franca, era muito importante para os bandeirantes. Eles paravam aqui para descansar e se abastecer durante suas viagens pelo interior de São Paulo, quando exploravam novos locais em busca de recursos naturais e indígenas.

O Sertão do Capim Mimoso, embora simples e temporário para os bandeirantes, se localizava em uma área estratégica entre as rotas de exploração  e comércio.

Os bandeirantes usavam essa rota para descansar e se abastecer enquanto exploravam as matas densas do interior de São Paulo e o Sertão do Capim Mimoso passou a ser chamado de Pouso.

Na região, a economia dependia principalmente da extração natural de madeira, ouro e do trabalho escravo imposto aos indígenas. Os bandeirantes e seus pousos ou acampamentos temporários ajudaram a criar trilhas e estradas que depois se tornaram importantes para se locomover na área.

No começo, o Sertão do Capim Mimoso era um  lugar improvisado, não era realmente um “pouso” completo, que era os lugares onde os bandeirantes descansavam, pegavam comida e cuidavam dos cavalos antes de continuar a viagem. Eles escolhiam esses lugares em locais estratégicos ao longo das rotas de exploração, onde tinham bastante água e plantas para os cavalos e para eles mesmos. Era um lugar para recarregar as energias antes de seguir viagem.

No caso do Sertão do Capim Mimoso, a maioria dos habitantes eram indígenas, que viviam de caça, coleta e agricultura. Às vezes, eles negociavam seus recursos de sobrevivência com os bandeirantes, mas na maioria  das vezes eles lutavam contra eles.

Com o tempo, os bandeirantes começaram a construir fazendas e pequenas propriedades para plantar. Muitos deles eram ex-militares ou pessoas que queriam melhorar de vida. Alguns se estabeleceram nessas áreas, o que preparou o terreno para mais pessoas virem e desenvolverem a agricultura na região.

E foi assim, à medida que o Brasil colonial se expandia e mais europeus chegavam no Brasil e iam se locomovendo para regiões com mais riquezas a serem exploradas, o Sertão do Capim Mimoso  começava a se transformar de um simples pouso para bandeirantes em um centro de colonização e atividade econômica mais diversificada.

A exploração do ouro na região também contribuiu muito para o aumento da população e a consolidação de assentamentos mais estáveis.

Nos últimos anos do século XVIII, um número pequeno de pessoas começou a se mudar para formar um lugar chamado Bairro das Canoas. Ele incluía áreas como Covas, Alto e Alegre. Covas era importante porque lá havia muitos comerciantes e pessoas que transportavam sal, e às vezes servia também como uma espécie de pouso ou acampamento temporário.

Com mais gente morando na área do Sertão do Capim Mimoso, em 1791 foi criada uma Companhia de Ordenanças em Covas e escolhido um Capitão chamado Manoel Almeida. Essa região fazia parte de Caconde e Moji Mirim, mostrando que a organização social estava começando a acontecer nessa parte do interior de São Paulo.

Ficou curioso  para saber a continuação da história?

Semana que vem te conto mais!!!

Fontes: Acervo do Museu Histórico Municipal José Chiachiri e Site da Prefeitura de Franca. As imagens  foram  criadas com uso da Inteligência Artificial, por Guilherme Alvim.

Isa Marguilet

É contadora de histórias, atriz, escritora, recreadora infantil e fundadora da Acim

3 Comentários

  1. Parabéns isa marguilet !!!!!!
    Essa sua iniciativa de se aprofundar e contar pra nós como tudo começou
    E principalmente quem foram os primeiros a passar por essa nossa região e dar início a nossa querida Franca, aliás muitos nem sabem a origem desse nome, podia contar nessa sua coluna !!!!!

  2. Parabéns Isa com poucas palavras você me ensinou muito sobre o nascimento da nossa cidade, é maravilhoso saber como se iniciou com as expedições de bandeirantes, me mostrou um olhar diferente sobre a história.

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