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Ainda podemos debochar de políticos. Ainda…

Tenho uma teoria, sem nenhum embasamento científico, de que o deboche é característica de pessoas com baixa inteligência e escasso repertório argumentativo.

Não é necessário se aprofundar em algum assunto para debochar. O deboche é superficial e se apega a alguma qualidade física, ou se sustenta em um erro crasso cometido pela vítima do deboche. Isso explica por que o Brasil é o país dos ‘memes de internet’ e da ‘zueira’.

Pois bem, existe um projeto de lei tramitando pelo Congresso Nacional que criminaliza a discriminação contra pessoas politicamente expostas. É a morte do deboche político.

Eu não vou entrar em detalhes sobre esse projeto, não quero causar ânsias no leitor.

Vou tentar fazer algo melhor, vou pelo caminho mais fácil, vou debochar.

Ano que vem tem eleições municipais e eu espero ansiosamente os candidatos. Como ainda não sabemos quem são os iluminados que tentarão administrar nossa cidade entre 2025 e 2028, passo a zombar dos candidatos da eleição de 2020.

Veja, por exemplo, o vencedor daquelas eleições, o prefeito Alexandre Ferreira. Existem boatos de que ele sofre de ‘buracofobia’. A ‘boca pequena’ afirma que o ele caiu em um buraco numa das ruas da cidade e lá ficou preso, uma vez que está gordo e fora de forma. Só conseguiu sair depois que o secretário de infraestrutura o içou usando uma patrola.

Eu não acreditei nessa história, até que também caí em um. Tal qual o prefeito, estou gordo e fora de forma. Como não tenho suporte do poder público, só consegui sair do buraco depois de pagar 50 conto para um transeunte, que me tirou da voçoroca com um Fiat 147 (ferveu o motor).

O prefeito e eu estamos bem.

Também tivemos o candidato petista, o capital de Bélgica. Chiquérrimo! Bruxellas com duplo ‘L’ para mostrar que o amor maior é pelo Painho Lula.

Sua aparência é uma mistura de Che Guevara e Fernando Gabeira. Tem quem goste. Sinceramente, espero que não use sunga de crochê como Gabeira outrora desfilava nas praias cariocas.

Bruxellas tem um estilo de militante de esquerda dos anos 1980, uma época saudosa em que a gente ainda achava que o PT era boa coisa.

E o que falar do Adérmis Marini, candidato do PSDB? Até tinha chance, mas o partido tucano é um zumbi cujo voo só leva candidaturas para o cemitério.

Quem absorveu muitos votos tucanos foi João Rocha. Faltou um ‘beicim duma purga’ para ele ir para o 2º turno. Seu grande trunfo era ser bolsonarista e, como todo mundo sabe, tem francano dá até birra pelo ‘Micto’. Sobre João Rocha, eu ouvi conversas de eleitores mais ou menos assim:

_ E o candidato do Borsonaro, hein, o tal Jão Rocha?

_ Num cunheço, mas tem meu voto!

Temos de comentar a beleza da mobilização feminina francana, que quase elegeu pela primeira vez uma mulher prefeita da cidade. No entanto, lamentavelmente, dois fatores afundaram o barco da candidata.

O primeiro, os debates. Ela não foi bem, mas disso não vou debochar. Fosse eu em um debate televisivo, me soltaria o intestino.

Outro fator decisivo foram maridos, companheiros e namorados. Diziam as mulheres: ‘vou votar na Lancha’. Pois sábado de manhã do dia anterior ao 2º turno das eleições, homens prestativos e ansiosos por agradar suas mulheres levaram suas famílias para ranchos em Rifaina, Miguelópolis, Delfinópolis, Ibiraci e lá passaram o final de semana tomando cerveja e fazendo churrascos em lanchas alugadas ou próprias, luxuosas ou simples, todas sem urnas eletrônicas. Resultado: 78422 abstenções.

Não falarei da candidata do PSOL, senão logo aparece um barbudinho unespiano com coque samurai ou boné do MST para me chamar de ‘machiste’.

Por fim, também havia um candidato tentando a reeleição para o Executivo municipal que, mesmo com a máquina da prefeitura nas mãos, perdeu feio. Não me lembro o nome dele. Ah! Mas quem se importa, não é mesmo?

Ano que vem tem mais eleição.

Michel Pinto Costa

É Oficial de Promotoria do Ministério Público do Estado de São Paulo, em Franca, e bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Franca.

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