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Cento e vinte e oito mortos; por enquanto.

Ao longo da madrugada e da manhã desta quarta-feira, 64 corpos foram levados até a Praça São Lucas[i], na Estrada José Rucas, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.

Os cadáveres foram retirados da mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os confrontos mais violentos entre policiais e traficantes na megaoperação de terça-feira. Com isso, sobe para 128 o número de mortos na ação mais letal da polícia no estado.

Entre os que acompanham a cena, predomina o silêncio profundo, enquanto muitos se aproximam para tentar reconhecer os mortos. Pessoas com luvas estão cortando partes das roupas dos mortos para facilitar a identificação. É esse grupo que contabiliza os mortos.

Dos sentimentos de pavor e do desespero, da impotência que se abate sobre mais de 110 mil pessoas moram nas regiões dos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte carioca, que tocam a vida no ‘se Deus quiser’ e no ‘salve-se quem puder’, diariamente, e que escalaram, ao máximo, nas últimas trinta e seis horas, não se fala.

Não é hora para julgamentos, mas de tomadas de decisões planejadas, concatenadas, das quais o governo federal participe, e não com discursos de defesa de narcotraficantes e narcoterroristas e de criminosos que impõem suas regras a comunidades que são algumas vezes maiores que a nossa cidade de Franca, SP.

Ora, para ficar no campo de guerra urbana que o crime fez da Cidade Maravilha a nossa Faixa de Gás, dizemos, de Gaza, conta-se uma população superior a 2.200.000 pessoas; o que equivale a algo estimado em 14% da população verdadeiramente favelada e discriminada do Brasil.

A tal de decisão do Supremo Tribunal Federal, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635 — na qual a corte homologou um plano de redução da letalidade policial no estado, cheira a conforto de gabinetes, a carros blindados e a escoltas dignas de chefes de Estado e a pauta a gosto da mídia e imprensa caidinhas ideologicamente.

E o povo morre nos confrontos das Polícias regularmente constituídas contra os fora da lei, que nunca tiveram dúvida e dó em dele fazer escudos, reféns, barricadas e buchas de canhão. Nossos sentimentos a todas as famílias, pessoas comprometidas com os valores morais e cristãos que edificam uma nação e com o governador do Estado do Rio. Oremos por todos!


[i]@rotaadm

Dr. Theo Maia

Advogado Previdenciarista (OAB-SP 16.220); sócio-administrador da Théo Maia Advogados Associados; jornalista; influenciador social; diretor do Portal Notícias de Franca; bacharel em Teologia da Bíblia; servo do Senhor.

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