A alegria da graça
A parturiente se emocionou ao máximo. Bateu no teto do suportável. Esteve às portas da eclâmpsia.
Era a pressão das artérias nas nuvens; os nossos corações na boca.
Os 14/9 estavam superados.
E tome ansiedade!
Fazia-se noite, cada minuto a mais, um açoite.
Direto do consultório do Pedro II para a maternidade hospitalar!
Não foi uma recomendação e, sim, uma ordem gentil emanada do experiente e admirado Dr. Roberto Salomão, preocupado com as duas vidas, da mãe e do filho.
A minha, sei lá, confundia-se nos caracóis invisíveis que subiam da minha cabeça qual fumaça que me umedecia os olhos, pra não entregar que choro fácil.
A fatura da paternidade estava aquecida, prontinha para me timbrar.
– Já nasceu?
Quanta gente se amontoava na aberta sala de espera do centro cirúrgico, como que me atropelando e intrometidamente, roubando, efemeramente, o meu espaço. Lugar, jamais.
Garantiu-me que traria aos meus braços, loguinho, uma menina. Não foi, doutor! Errou, profetizando. Viria. Mas na segunda safra, a Ana Emília, somente para preservar, em prenome composto, memórias, histórias e exemplos de antepassadas da mesma genitora alerta, Alerti.
Medindo a pressão de novo, o Senhor me dá os resultados, sob o seu absoluto controle: 13 por onze!
Nesta data, treze de novembro, a numerologia e seu esoterismo tiveram que assistir ao nascimento do Theozinho, em um evento de comprovação da relação perfeita dos que se amam e se entendem; e que antes de o trazerem a lume, incutiram-lhe um manual de valores para toda a existência que se inaugurava ao seu primeiro grito; ou seria choro, de chororô? Tem trindade aí!
Nosso bebê se fez criança, adolescente, jovem, adulto, filho respeitoso, pai amoroso do Lorenzo. Servo de Jesus. Esta, a maior de suas virtudes.
O médico não destaquei.
É o ofício do difícil, da entrega ao próximo que lhe procura pedindo atenção, à desculpa de estar doente ou por prevenção, por desejar bem viver. Vocacionado. Abençoado e abençoador, em um misto de discrição e de diagnósticos certeiros, fala o básico e prescreve o indispensável disposto pela ciência que se propôs a praticar diante de pacientes desvalidos e de seres adâmicos desorientados psiquiátrica e espiritualmente.
A importância desta data varia.
Invariavelmente, a nós nos comove e nos move a agradecer ao Deus da Vida e, por tanto (à conjunção conclusiva não nos referimos!) com que nos vem agraciando, daquele berçário a este aniversário de seus trinta e oito anos.
São Paulo, chega mais com sua chamada ao povo de Filipos, a antiga capital da Macedônia, porque desejamos celebrar o seu dia Théo, o nosso Theozinho!
“Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se!”