ColunasInspirados

Pede, Moleque

Tabuleiros exalam aquele perfume

– AMENDOIM…

Em doces quadradinhos

Em Piranguinho.


Ali, na janela, olhos gulosos

de moleques descalços,

de dia, de tarde, passeiam

no passeio de janelas perfumadas


Moleques mineiros:

a buscar o doce  

a mão vai aonde a gula pede

e não pede à dona do tabuleiro.


Donas dos tabuleiros gritam:

– Pede, moleque!

Não pegue,

pede, não roube…


Mas os pés de moleque se vão,

Com doce na mão, voando rasteiro.

No tabuleiro, o espaço vazio de doce,

roubado tem mais sabor.


Mas a língua adoça a expressão

Não só mineira

uai, de todos nós,

brasileira.


– Pé de moleque

Doce gostoso, sô.

Pede, moleque,

o pé de moleque.

Maria Luiza Salomão

Maria Luiza Salomão é psicóloga, membro efetivo e psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. É membro da Academia Francana de Letras e da Afesmil (Academia Feminina Sul-mineira de Letras).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo