
“Somos como as pipas, feitos para voar. Nosso lugar? O Céu. O dia que todos entenderem que só o amor nos faz voar, voaremos juntos”
Pablo Henrique
Pablo Henrique nasceu em 14 de janeiro de 2012, era uma criança que adorava pipas. Ficava encantado ao vê-las voar alto pelo céu, era a sua brincadeira preferida. Ele é a inspiração de seus pais, Jefferson de Carvalho e Najara Cristina Barbosa de Carvalho para a criação do “Instituto Pablo Henrique”, uma homenagem ao filho. Pablo faleceu aos seis anos de idade devido a uma cardiopatia.

A Folhinha de Franca realizou uma entrevista com Jefferson de Carvalho, o pai de Pablo. Confira.
FOLHINHA: Jeferson, como era o Pablo?
JEFFERSON: Pablo Henrique, sempre foi um menino como outro qualquer, mas que tinha a peculiaridade de andar com suas pipas a todo momento e falar que Jesus havia falado com ele e dito que ele viraria uma pipa logo, logo, e voaria livre no céu. O Pablo nasceu com um sopro no coração, aos seis anos, fez a cirurgia de correção e colocou um marca-passo. Faleceu em 25 de junho de 2018, às 6h36.

FOLHINHA: O que é o Instituto Pablo Henrique?
JEFFERSON: Uma instituição sem fins lucrativos, que tem como missão e propósito, acolher, apoiar e ajudar pessoas em luto e perdas, e crianças adolescentes com comorbidades permanentes e ou terminais, e com qualquer vulnerabilidade. O instituto está em atividades a pouco mais de 3 anos, iniciamos em 22 de junho de 2020. Oferecemos aulas de música, desenho, capoeira para crianças e jovens e para todas as idades, grupo de estudos recebemos pessoas que procuram conhecimento pessoal e espiritual, grupo de acolhimento e de pessoas que passam pela dor da perda de pessoas e até mesmo de seus pets, pessoas com depressão, indícios de suicídio entre outros.
FOLHINHA: O símbolo do Instituto é uma pipa. O que ela representa?
JEFFERSON: Para falar o que representa a pipa deixo uma frase dele, que seja eternizada. “Somos como as pipas, feitos para voar. Nosso lugar? O Céu. O dia que todos entenderem que só o amor nos faz voar…. Voaremos todos juntos”

FOLHINHA: Momentos inesquecíveis ao lado de Pablo…
JEFFERSON: Foram tantos, pois ele sempre foi bem intenso, mas gosto de destacar três. Com sua pipa na mão, em uma plena segunda feira, ele me pediu para fazer um churrasco, eu disse que esperasse pela sexta ou sábado. Churrasco na segunda? E ele me respondeu: “A vida é hoje. Papai, para que esperar a sexta ou o sábado para fazer algo? Para viver? Vamos viver hoje o tempo é curto”. Chorei e fiz o churrasco. Outro momento inesquecível foi quando, em uma noite, ele olhou para o céu e perguntei: “O que foi Mosquito Doido (eu o chamava assim)? Ele respondeu: “Papai, estou vendo umas pipinhas boas, sem formas, nem todos podem ver, só as vê quem Jesus deixa e eu vou virar uma logo, logo.
Nem precisa falar como fiquei. Outro momento, foi em uma quarta-feira, antecedente ao seu falecimento, ele chamou a mãe e mostrou uma roupa para ela e disse: “Mamãe quero ir com essa roupa para a festa”. Ela ficou olhando e disse: “Pablo, na terça-feira, você tem uma festa junina e essa não é roupa de festa junina. Ele respondeu “Mamãe, não é essa festa é a mais linda de todas, e quero chegar lá lindão”. Pablo, naquele momento, mostrou a roupa que eu o enterraria.

FOLHINHA: Um ensinamento deixado por Pablo.
JEFFERSON: Que somos como as pipas feitos para voar, mas que nenhuma pipa voa sozinha, que precisamos uns dos outros para voar, que só o Amor nos faz voar.
FOLHINHA: O que significa para você: persistência, superação e resiliência?
JEFFERSON: Fé, coragem, propósito, tento todos os dias ser grato pelos filhos que Deus me deu. Deus me ama tanto que me emprestou o Pablo, cabelo de anjo como diziam, para ser um propósito na humanidade.
“Pablo gostava mesmo era de brincar com pipas. Não gostava de celular, às vezes, no videogame jogava Star Wars e gostava do jogo Pipa Combate. Seu mundo era as pipas e o céu”
JeFferson, pai de Pablo
FOLHINHA: Como superar o luto?
JEFFERSON: Só fica de luto quando sentimos que perdemos alguém, algo, e nunca perdemos, pois nada é nosso, e sempre ele estará comigo, não fisicamente, mas em meu coração, em cada um que chega até mim e sai com um sorriso, sai aliviado, e que não esperamos um milagre, que todos nós somos um milagre.

FOLHINHA: Se tudo que viveu até agora se fosse um título de filme qual seria?
JEFFERSON: O menino Pipa

FOLHINHA: Se tudo que viveu com Pablo fosse um trecho de música, qual seria?
JEFFERSON: Eu amei te ver… Eu amei te ver… (Última música apresentada por ele na escola para o Dia das Mães, e ele vivia cantando).
FOLHINHA: O que Pablo diria para você diante de tudo que você tem feito?
JEFFERSON: Te amo, Papai. Te amo, Mamãe. Te amo, Maria. Te amo, Marianinha. Eu amo todo o mundo!

FOLHINHA: Quais os planos para o futuro do Instituto?
JEFFERSON: Tornar uma instituição referência no mundo em acolhimento de luto e perdas, e acolher o próximo, e em cuidados paliativos na área da cultura, lazer, psicológica para crianças e adolescentes e seus familiares.

Endereço: Rua Antônio Totoli, 1550. Vila Santa Helena.
FOLHINHA: Como se tornar um voluntário no Instituto?
JEFFERSON: De várias formas, no auxílio as atividades, limpeza, eventos, sendo profissionais nas áreas de psicologia, terapia ocupacional, fonoaudióloga, pedagogia, administrativa.
FOLHINHA: O Instituto está com uma nova sede?
JEFFERSON: Apesar do pouco tempo, tivemos quatro projetos aprovados pela Prefeitura de Franca, todos que escrevemos foram aprovados, o de música já finalizado e três outros já aprovados, mais dois projetos sendo executados, pois a prefeitura assim ordenou. Nossas prestações de contas sempre impecáveis, transparentes, com isso a FEAC Franca, depois de um criterioso método de avaliação nos concedeu o prédio por tempo determinado.
FOLHINHA: Como contribuir com o Instituto Pablo Henrique?
JEFFERSON: Com doações em dinheiro, pois nossos recursos para todas as atividades são 95% de recursos próprios, apenas 5% de recursos públicos. Sendo um “Amigo Pipa”, para contribuições a partir de 10,00 reais. Para nosso Pix 38.374.398.0001.07










Linda matéria de hoje,parabéns à todos ,pelo que de uma forma o outra colabora com esta causa de grande valia.
“E de onde o Pablo Henrique”,estiver estará muito feliz pela atitude de seus familiares,em criarem o Instituto, para ajudarem outras pessoas que precisão realmente de ajuda.
Obrigado a Rita Mozetti,por ter está brilhante ideia, de falar um pouco de “tudo”em sua coluna ,a cada (15) quinze dias,obrigado e tudo de bom á você, e á
toda equipe “Folhinha de franca”,parabéns .
Linda reportagem, extraordinária história de vocês. Fazendo da dor da distância momentânea, uma força em prol de outros. Que orgulho de você minha amiga Najara, parabéns paizão.
Deus abençoe vocês e o Instituto.
Impossível não se emocionar com a grandeza da história de Pablo Henrique. Eu consigo me recordar perfeitamente quando Jefferson me contou a história de vida dessa sua família tão querida. Para mim é um privilégio estar por perto, todo evento, toda a musicalização se torna solene e único. O instituto teve um apreço e acolhimento incrível para com o meu filho. Hoje meu pequeno tem habilidades e muita cordenação, além de seus amigos queridos aos sábados. Sou grata a família! Estou a disposição para mais 🩷 Lauritaaaa!