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“O Filho do Homem é senhor também do sábado”


Marcos 2,23-3,6 trata da lei do sábado. Os fariseus chamaram a atenção de Jesus sobre o comportamento dos seus discípulos, colhendo espigas de trigo em dia de sábado, atividade não permitida pela lei. Jesus respondeu, lembrando um episódio ocorrido com o rei Davi e seus companheiros, que diante da fome, comeram dos pães oferecidos a Deus, só permitido aos sacerdotes (1 Sm 21,2-7). Logo após, na sinagoga, Jesus também realizou uma ação em dia de sábado, curando um homem de mão seca. O milagre realizado em dia de sábado provocou reações contrárias nos fariseus e partidários de Herodes.
Jesus não foi contra o shabat, sábado, sétimo dia da semana no calendário judaico, dia especial e sagrado, dedicado ao Senhor, instituído e santificado por ele, de respeito, repouso e liberdade, ocasião de preservação da tradição e identidade religiosa e cultural do povo israelita. Ele não rejeitou e nem aboliu a Lei e os Profetas (Mt 5,17). A sua intenção foi a de recuperar o verdadeiro sentido da lei: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” (Mc 2,27). As necessidades básicas das pessoas são o critério para se interpretar e discernir a vontade de Deus. O bem e a prática da caridade estão acima da lei.


“O Filho do Homem é senhor também do sábado” (Mc 2,28). Jesus é maior do que qualquer instituição, pois é Senhor e Deus, e tem autoridade sobre a lei e a vida.


Nós celebramos o domingo, dia do Senhor, e litúrgico por excelência, no qual nos encontramos para lembrar a paixão, a ressurreição e a glória do Senhor Jesus e dar graças a Deus, escutando a sua Palavra e participando da Eucaristia. O preceito dominical é fonte de liberdade, ajuda a viver cada um dos outros dias da semana, segundo o que se celebra no dia do Senhor. Do domingo brota o sentido cristão da existência e uma nova maneira de se viver o tempo, as relações sociais, o trabalho, a vida e a morte.
A nossa esperança vem de Deus e da cruz de Cristo, pois é a força do amor. “Trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós” (2 Cor 4,7).
Minhas orações a todos.

Dom Paulo Roberto Beloto

É Bispo da Diocese de Franca

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