No dia 6 de outubro, iremos às urnas para renovar os mandatos de prefeitos e vereadores dos 5.568 municipios brasileiros. Os atuais vereadores poderão todos concorrer à reeleição e o mesmo acontece com os prefeitos que estão no primeiro mandato, já que a reeleição para o Executivo é limitada a uma e, dependendo, da votação de um projeto em tramitação no Congresso Nacional, vai ser extinta. Esta poderá ser a última.
Na ótica do eleitor, ainda faltam mais de três meses para as eleições; mas, para os políticos e principalmente os candidatos, faltam só três meses e poucos dias. O eleitor tem até a véspera ou o próprio dia da votação para decidir em quem votar. Já o candidato, para ser viável, neste momento está preocupado e tem de ficar de olho nas pesquisas, único meio de avaliar suas possibilidades.
Embora haja uma estrutura de Justiça Eleitoral e legislação que regula as eleições, são muitas as variáveis que influenciam no resultado e isso nos leva a crer que cada eleição é única. Não repete o ocorrido na anterior e não será repetida integralmente pelas que a sucederão. O candidato que olha só para o próprio umbigo está fadado a ter uma decepção porque a decisão do voto passa por muitas coisas que se relacionam a cada concorrente mas também são ligadas a fatores locais, regionais e nacionais. É preciso muita atenção à “voz rouca das ruas”, como já dizia Ulysses Guimarães. E, mesmo assim, muitas vezes, ainda não dá certo.
Todos os que pretendem se eleger em outubro – seja a prefeito ou a vereador – precisam trabalhar muito e, além disso, ouvir muito o que diz o seu potencial eleitor. Qualquer deslize na sintonia, perde-se o voto e, até a eleição. Mais ainda: a eleição no interior é diferente da das capitais. Na capital haverá o embate entre as lideranças políticas nacionais (leia-se Lula de um lado e Bolsonaro do outro). Mas no interior, mesmo com a possivel influêwncia desses e outros personagens nacionais e estaduais, o que deve decidir mesmo é o fator local, o conhecimento entre o eleitor e o candidato. Isso faz a eleição interiorana completamente diferente da das capitais e também diferencia o pleito das cidades meias e grandes do das pequenas. Quanto menor a cidade, mais o candidato deve se apresentar ao eleitor, pedir o seu voto e dar indicação do que pretende executar se eleito para, com isso, motivar o eleitor. E não pode memtir, porque o eleitor muitas vezes o conhece desde criança e sabe de suas possibilidades e até das fragilidades. Com toda certeza, não se conquistará o voto da pequena cidade dizendo-se amigo de Lula, Bolsonaro, do governador ou de quem quer que seja. A eleição no grotão é olho-no-olho.
Quem, a essa altura, pensa estar eleito, pode maqrchar para a decepção. O eleitor dificilmente diz que não vai votar quando é abordado pelo candidato. Logo, é preciso mais do que o simples pedido para ter a possibilidade de conquistá-lo. É isso que nos leva à conclusão de que a presença de figurões numa eleição, digamos… “caipira” não tem o significado que muito pensam. E que pouca vantagem terão os figurões que vierem ao interior ajudando alguém na esperança de tê-lo como cabo eleitoral. A relação estabelecida é muito frágil e dificilmente se consolidará depois do pleito, principalmente se o apoaido perder a eleição.
A eleição municipal é totalmente diferente da estadual e nacional. Na municipal, o eleitor conhece o candidato e muitas vezes toda a sua família e sabe o bom (e o ruim) de cada postulante. Diferente da eleição geral, onde fica sabendo apenas o que lhe dizem dos concorrentes e na maioria das vezes nunca o viu nem verá. Da eleição municipal, aqueles que vierem a se eleger em sua cidade poderão fazer bons trabalhos, que melhorem a vida de seus concidadãos, poderão estar começando uma nova carreira porque, como titulares de mandatos bem executados de vereador ou estarão aptos a voos mais altos nas eleições gerais. É assim que muitos deputados (estaduais e federais) iniciaram suas carreiras. Mas, estejam certos: ninguém ganha sozinho uma eleição. Pela sua própria natureza, essa é uma obra coletiva…