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Dança contemporânea

Foi com grande encantamento que assisti, pelo Youtube, ao vídeo “Neve de Verão”, um espetáculo de dança contemporânea criado e executado por Marcos Teófilo (que faz parte da companhia francana de dança Plêiade).

ProAC

Esse projeto foi contemplado pelo edital “Primeiras Obras”, do ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), que fomenta produções artísticas no Estado. Lílian Mello, a produtora, conta que “o trabalho foi concebido para ser apresentado presencialmente, mas, devido à pandemia, os teatros não disponibilizavam agenda, então mudamos para online.”
Ela diz que o grupo começou a se reunir em março e a montar as coreografias em abril.
“Até a apresentação e filmagem em setembro… depois foi a fase de contatar o pessoal da cultura das cidades onde apresentamos: Ribeirão Preto; Araraquara; Batatais; Jeriquara
Buritizal; São Carlos; Marília; Assis
e Franca. Estamos conversando e talvez dê certo Bauru também, todos online”, comenta ainda.

O espetáculo

O título “Neve de Verão” já dá noção de contradição, paradoxo, oxímoro; do imprevisto, do fora de lugar/alinearidade.
Polissêmico, transmidiático e semiótico, o espetáculo se vale de linguagens para além da dança contemporânea (esta que ali, no signo da pós-modernidade que a tudo congrega, intrinsecamente dialoga como outros estilos como o hip hop e com o balé clássico, entre outras).

Transestética

Estão presentes a literatura, a cenografia minimalista, iluminação desenhando belamente luz, cor, sombra e trilha sonora meticulosamente trabalhadas em sintonia e timing exatos para emocionar a platéia.
Pontos altos estéticos dessa transcriação, sob a perspectiva visual, são também as mandalas desenhadas em sombras no chão, músicas de timbre oriental e o vídeo que invade o fundo com a cena em macro/microscopia do processo de replicação viral da Sars-Covid-19: talvez o maior significante atual da fragilidade, da transitoriedade e da imprevisibilidade da vida humana.

Sobreviver

Seu desdobramento discursivo em “I will survive” como referencial de resistência foi um dos momentos ápice que

Seu desdobramento discursivo em “I will survive” como referencial de resistência foi um dos momentos ápice que confirmou uma das grandes “funções” no fazer artístico: acenar esperança e então, “celebrar o desacato que é tentar mais uma vez”.
Assistam! É um espetáculo lindo de ver/sentir.

Ficha Técnica

Direção geral e coreografia: Marcos Teófilo
Produção: Lílian Mello
Elenco: Isabela Lellis
Marco Teófilo
Rafael Dias
Ricardo Henrique

Texto: Eneida Nalini
Voz: Paula Almeida e Ricardo Henrique
Lighting Design e Som: Michel Masson e Hélio Simões
Fotografia: Lissandra Ribeiro
Produção de Vídeo: Kalley Silva

A apresentação gravada em Franca está disponível ao público:

Vanessa Maranha

É Psicóloga, Jornalista, Escritora Premiada, colunista da FF.

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