ColunasInspirados

Clocks

Os relógios dentro de mim “tique taque team” o tempo todo. O tempo não pára, não volta atrás. Me lembro daquela noite em 2004, eu era muito jovem, mas já refletia bastante sobre o tempo, na esquina ao lado da faculdade tocava Coldplay, aquela, que hoje em dia quase ninguém mais conhece e os “clocks” continuavam a contar o tempo, fazendo com que ele corresse sem dó nem piedade. Naquela época inocente eu só queria que o tempo corresse de forma rápida para chegar no futuro ao qual estou hoje, no entanto, agora, só gostaria que os “clocks” da vida corressem de forma mais devagar para que o tempo possa te conservar do jeitinho que você é.Você já não é mais uma criança, mas pra mim sempre o será.

De lá pra cá, desde “clocks” já se passaram tanto tempo, Coldplay já não é mais o mesmo, o espelho já não me reflete mais do mesmo jeito, meu baixo está jogado no canto do quarto, meus DVDs e cds viraram relíquia (afinal metálica e arquivo x podem ser acessados agora em qualquer streaming), então eles já não servem de mais nada.

Não quero reclamar do tempo, apenas me encontro saudosista hoje, não tenho porque reclamar dele, afinal, ele me tornou melhor enquanto pessoa. O tempo me mostrou que eu não preciso mudar por nada e nem por ninguém, essa sou eu, toda quebrada, mas com uma força incrível. Um dia alguém irá amar todas as partes de mim que foram quebradas e me levará para casa, enquanto esse dia não chega, “clocks” não é mais tocada pelo meu cd, mas em contrapartida, sob a companhia de Alexa, posso contemplar “clocks” de uma forma diferente agora.

Evanuse Fernandes

É Graduada em Psicologia pelo uni-FACEF com orientação em Psicologia Analítica/Junguiana, Graduanda em História pela Uniube, e Pós-graduanda em Psicologia com Intervenção em Drogas pela Faculeste.

Um Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo