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“Bem-aventurada aquela que acreditou”

(Lc 1,45)

No último domingo do Advento se destaca a figura de Maria. A palavra-chave é a obediência, virtude que aprendemos com a nossa Mãe.

Mas a obediência foi assumida e vivida de modo pleno por Jesus. Toda a sua vida tornou-se um ato de obediência, que consistia em fazer a vontade do Pai. “Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,5). “Meu alimento é a vontade do Pai; é fazer a vontade daquele que me enviou e completar a sua obra” (Jo 4,34). A vontade do Pai é a realização do Reino, a salvação dos seus filhos e filhas (cf. Jo 6,39). A obediência de Jesus é entendida dentro do plano da salvação. “É graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas” (Hb 10,10).

A liberdade de Jesus é inseparável da sua obediência. Ela consiste em corresponder ao amor do Pai. Ele é livre por cumprir inteiramente à vontade de Deus. Fez-se servo obediente até à paixão e morte na cruz. Deu-nos um exemplo de entrega total. A obediência é contar só com o Pai, é confiar plenamente nele e entregar-se serenamente em suas mãos. Jesus foi atendido pelo Pai por causa de sua entrega. A ressurreição é o coroamento de sua obediência e entrega total.

O apóstolo Paulo diz que por Jesus Cristo “recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome” (Rm 1,5). Da contemplação do seu mistério, o Filho obediente em tudo, brota a obediência dos discípulos, que consiste em fazer o que agrada a Deus.

Depois de Jesus, olhamos para Maria, para José, Isabel, Zacarias e tantos outros tementes a Deus, que foram fiéis e obedientes aos seus desígnios. Acreditaram na sua promessa e na sua palavra, dizendo sim, sendo disponíveis, colaborando com a sua vontade e com o seu amor.
A obediência cristã é um ato de fé em Deus e na sua vontade, manifestada na sua Palavra e nos seus mandamentos. Ela é a nossa salvação, o caminho reto, a nossa vida, a nossa reconciliação em Cristo, a nossa santificação.

Unidos a Jesus, com a unção do Espírito, a intercessão de Maria, são José e de todos os santos e santas, podemos fazer a vontade de Deus Pai, assim na terra como no céu.
“Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!”

Minhas orações a todos. 

Dom Paulo Roberto Beloto

É Bispo da Diocese de Franca

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