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“Alegrai-vos sempre no Senhor!” (Fl 4,4)

Com a proximidade do Natal, a liturgia nos convida à alegria. O Menino Jesus que nasce é a fonte de paz e alegria. Ficamos felizes com a sua encarnação, pois a vinda do Verbo nos revela que Deus nos ama: um amor gratuito, generoso e sem explicações.
Nem sempre é fácil cultivar a alegria. Há muitos fatores e causas que nos inquietam e podem provocar a tristeza, o mau humor, a irritação, a impaciência, a desolação e a depressão. A lista é enorme e assusta. Como recuperar e conservar a alegria diante de situações adversas? Há caminhos de superação e respostas humanas e profissionais. Mas buscamos acima de tudo uma solução espiritual, pois a alegria é dom e fruto do Espírito (cf. Gl 5,22). Daí a importância de uma atitude de fé, do exercício da paciência, do amor, da compreensão, do perdão e da confiança na graça de Deus, acreditando que Ele é maior do que as limitações humanas.
O profeta Isaías descreve o julgamento de Deus às nações pagãs que oprimem e cometem injustiças e a sua falência, enquanto restaura e salva o povo fiel. Esta sua ação provoca contentamento: “Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. Germine e exulte de alegria e louvores… Os que o Senhor salvou voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita alegria brilhando em seus rostos: cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto” (Is 35,1-2.10).
Tiago cita o exemplo do agricultor que confia e espera a ação da natureza, gerando a planta e os frutos das sementes (cf. Tg 5,7-10). A atitude do cristão deve ser de confiança e perseverança na vinda do Senhor. Ele é a causa de nossa alegria. Somos felizes por sua obra de redenção.
Jesus se apresenta a João Batista por aquilo que faz: “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11,4-5). As obras de Cristo revelam a sua pessoa. Unidos a Ele, amando o que Ele ama, acolhendo a sua missão, teremos a força da ação misteriosa do ressuscitado e do seu Espírito, que nos impulsiona na esperança e na alegria.
As alegrias humanas são justas e legítimas. Mas passageiras e nem sempre provocam o verdadeiro consolo. Só a presença do Senhor nos satisfaz plenamente. Quando fizermos de Deus o fundamento e o centro de nossa vida, então iremos experimentar a alegria, a eficácia e a fecundidade de nossas ações.
No caminho para o Natal, acolhemos o apelo de conversão daquele que foi elogiado por Jesus, como “alguém que é mais do que profeta” (Mt 11,9): João Batista. Quem vive a alegria no Senhor, pratica o bem. A alegria verdadeir gera conversão. A promessa da vinda de Jesus é um convite à alegria pelo sentido e valor dessa presença e também a uma abertura do coração a prática da caridade, pois o seu nascimento é um ato gratuito do amor do Pai.
Minhas orações a todos.
Dom Paulo.

Dom Paulo Roberto Beloto

É Bispo da Diocese de Franca

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