Tito Fávio é o novo secretário político do Comitê do PCB-SP
O PCB-SP apresentou, essa semana, seu novo secretário político do Comitê Regional de São Paulo: o professor e historiador Tito Flávio Bellini, 47, militante do partido desde 2007. O secretário político equivale à função de presidente, mas no PCB não existe a figura do presidente, ou seja, isso significa que Tito assume, a partir de agora, a direção estadual do partido. “Eu nunca imaginei na minha vida assumir essa função. Sou militante desde 2007 e, se não me engano, é a primeira vez que temos um secretário político que não é da capital. Eu sou do interior, de Itanháem e de Franca (desde 1995)”, disse ele.
Além de surpreso, Tito se disse motivado com a possibilidade de crescimento. “Esse desafio vem ao encontro do que a gente já vinha construindo nos últimos anos, eu como membro da direção estadual. A primeira coisa é a interiorização do partido, que sempre foi muito concentrado na Capital. O partido vinha crescendo muito então é importante a construção de mecanismos que permitam um melhor crescimento qualitativo e melhor organização do partido no restante do estado. A ideia é que o partido cresça cada vez mais e se insira mais nos diversos movimentos que existem em todo o estado. E eu, com essa experiência de atuação aqui em Franca, espero poder contribuir para essa riqueza do olhar do partido sobre toda a diversidade que temos no estado. Acho que o desfio maior vai ser esse, de colocar o PCB no patamar que ele não deveria ter perdido, com o projeto, inclusive, de eleger parlamentares e representantes”, disse Tito.
Trajetória
Tito Flávio ingressou no PCB liderando a reorganização do partido em Franca. Em 2008, foi candidato a prefeito, e em 2020, a vice-prefeito. Em 2022, foi candidato ao Senado, tendo obtido quase 60 mil votos, a maior votação nacional do partido naquelas eleições e a terceira maior votação desde 1992. Ajudou a coordenar as eleições legislativas de 2020 no estado de SP, quando o partido obteve o que considera um dos melhores desempenhos desde 1992. Tito também integrou a direção estadual do PCB entre 2014 e 2016, tendo retornado em 2019, e ingressado na Comissão Política Regional em 2023.
Atua no movimento sindical em greves e movimentos desde o ensino básico, tendo participado de comissões de greve locais e nacionais. Foi um dos fundadores e membro da coordenação da Associação de Defesa das Professoras e Professores da UFTM – ADPROU, desde 2018. A ADPROU é filiada à Federação Sindical Mundial. Ajudou na coordenação de disputas sindicais importantes, como dos Servidores Municipais de Franca e da Apeoesp-subsede Franca.
É professor do Departamento de História da UFTM desde 2010, ministrando disciplinas como História da América, Estágio, Formação Sócio-Histórica Brasileira, História das Revoluções, Marxismos nas Américas, Marx e Marxismos, entre outras. Coordenou o Departamento de História e foi membro de diversos conselhos e órgãos. Foi também Coordenador de Área do Programa Institucional de Iniciação à Docência – PIBID e coordena o Núcleo de Estudos Marx e Marxismos – NEMARX.
É agente cultural desde 2009, sendo um dos idealizadores e um dos fundadores do Instituto Práxis de Educação e Cultura – IPRA em 2005 e do Cursinho Popular Caio Prado Júnior em 2009. Foi também coordenador do Ponto de Cultura “Pedra no Sapato” e do projeto “Memórias da Resistência”, que resultaram no livro e o documentário com o mesmo nome.
Agora, Tito assume esse novo desafio, de representar os comunistas paulistas através da Secretaria Política de São Paulo.
Nascido em Santos, passou a infância em Itanhaém e mudou-se para Franca para fazer História na Unesp, onde fez ainda o mestrado em História e Cultura Política em 2002 e o doutorado em História e Cultura Social em 2013, com pesquisas sobre movimento operário, sindical e a produção industrial calçadista.
Foi um dos organizadores do Grupo de Alfabetização Paulo Freire – GAPAF, entre 1998 e 2003, trabalhando na alfabetização de adultos na cadeia municipal de Franca. Também atuou como formador de educadores pelo projeto Alfabetização Solidária, junto ao município de Cidelândia – MA. Foi supervisor de estágio do Núcleo Agrário Terra e Raiz (NATRA), entre 2007 e 2008, durante pesquisa sobre área reformada no estado de SP, em convênio com o INCRA, abrangendo assentamentos de vários municípios do oeste paulista.
Sua militância teve início aos 19 anos, no Movimento Estudantil em 1995, onde disputou eleições para Centro Acadêmico, Diretório Acadêmico e conselhos. Participou de Congressos da UEE, da UNE, da ANPG e da própria UNESP, além de ter sido um dos fundadores da Associação dos Pós- Graduandos da UNESP – Franca, e membro de duas gestões. Foi morador da Moradia Estudantil da UNESP.
Foi vendedor de eletrodomésticos, garçom e vendedor de livros e revistas. Atuou como professor na rede pública paulista em Franca e professor universitário em faculdades privadas nas cidades de Cássia/MG, Alterosa/MG, Bebedouro/SP, Batatais/SP, Ituverava/SP e Barretos/SP. Na rede privada, ministrou disciplinas como Sociologia, História da Educação, História do Brasil, Introdução aos Estudos Históricos, entre outras. Também atuou como tutor em cursos da Universidade Aberta do Brasil – UAB.
Integrou diferentes conselhos municipais, como o de Defesa do Patrimônio Histórico e o de Segurança Alimentar. Nas lutas populares, pode participar de diversas ações e protestos, como lutas pela reforma agrária, ocupações, marchas, protestos em defesa educação, 1° de maio, defesa da luta palestina, contra o fechamento de fábricas, entre outros. Integrou frentes e lutas contra as reformas da previdência e a reforma trabalhista, e também atuando contra as privatizações que dilapidaram patrimônio público e sucatearam serviços fundamentais para nosso povo.
Após 27 anos de militância ininterrupta, sendo 16 anos no PCB, Tito Flavio Bellini passa a ser o novo Secretário Político do PCB no Estado de São Paulo.