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Sapateira cai em golpe de empréstimo e perde dinheiro. Entenda como foi

Nesse período de pandemia cresceu muito o número de brasileiros que recorreram a empréstimos para quitar dívidas. Diante desse cenário, cresceu também o número de quadrilhas que aplicam golpes envolvendo a concessão de empréstimos. E esses golpes têm se tornado especialmente comuns nos meios digitais.

A sapateira de Franca Amanda Maria da Silva, 31 anos, é uma das vítimas desses estelionatários. Ela estava precisando de dinheiro e viu, num grupo de WhatsApp, o que considerou uma chance de resolver esse problema e, finalmente, pagar suas contas em atraso. Mas, infelizmente, Amanda ficou no prejuízo. Ao menos por enquanto.

O golpe

No referido grupo de WhatsApp foi publicado um link de uma suposta financeira, por meio do qual era oferecido empréstimo para negativados. Amanda, então, pediu um empréstimo no valor de R$ 10 mil. O atendente lhe informou que, para proceder liberação do valor que ela estava solicitando, ela teria que pagar R$ 300. Amanda recebeu do atendente um contrato e os dados para fazer o depósito no valor mencionado.

Passado alguns dias, Amanda não recebeu o valor do empréstimo e entrou em contato com a financeira. O atendente, então, solicitou um novo valor para liberar empréstimo, dessa vez de R$ 600.

Amanda ficou desconfiada e pediu orientação para sua advogada, dra. Andreia Taveira Pacheco. Ao verificar os dados do contrato que Amanda havia recebido, Andreia descobriu que o CNPJ informado no documento estava relacionado a um banco. No entanto, esse banco postou informação de que seu CNPJ está sendo utilizado indevidamente.

A advogada, então, entrou em contato com o atendente, via WhatsApp, mas eles não responderam sobre a devolução do dinheiro pago.

Diante dessa situação, Amanda registrou um Boletim de Ocorrência na Dise (Delegacia Seccional de Franca) e, ao ser levantada a qualificação do favorecido pelo depósito, constatou-se que seria um morador da cidade de Mauá-SP.

A partir do registro do BO, Amanda tem agora um prazo de seis meses para representar criminalmente contra o investigado. A dra. Andreia informou que já está montando processo contra o favorecido pelo depósito. “Vou pedir o bloqueio dessa conta e tentar receber o valor de volta. Se não tiver saldo, será difícil receber, mas no caso também cabe ação criminal”, disse.

Não seja uma presa fácil

Um levantamento do Serasa mostra que houve um crescimento de mais de 15%, ano passado, sobre o número de fraudes financeiras. Três tipos são os mais comuns. O primeiro é o golpe no qual caiu Amanda e o segundo é aquele no qual é clonado o telefone da vítima para se fazer pedidos de dinheiro em seu nome e, por fim, o golpe por meio do qual se quer a obtenção de dados pessoais da vítima, para uso indevido.

Para evitar cair em golpes do tipo, é necessário manter algumas práticas de segurança. A primeira delas é pesquisar a empresa que está oferecendo o crédito e saber se a empresa realmente existe, se a oferta de crédito é real, se as condições são corretas e se não há nada que desabone a empresa.  

A segunda coisa mais importante a fazer é: NÃO faça depósitos antecipados. Empresas sérias não pedem depósito adiantado, porque isso é ilegal. Se o banco ou financeira estiver pedindo isso pra você, sob qualquer justificativa, fique atento: é um sinal de golpe!

Não ofereça dados pessoais, números de verificação, códigos ou senhas por meio de grupos ou redes sociais. Criminosos podem fazer mal uso desses dados e deixar você no prejuízo. O fornecimento de dados ou documentos só deve ser feita em sites ou aplicativos oficiais da instituição.

Não seja fisgado por iscas como “saque-aniversário do FGTS”; “crédito para negativados”; “empréstimos para aposentados”. Mantenha sempre em mente a primeira regra: pesquise sobre a empresa.

Não clique nem compartilhe links sobre os quais não tenha absoluta certeza da idoneidade.

Se você não observou algum dos cuidados e caiu num golpe, a primeira coisa a fazer é manter guardadas todas as provas (prints da tela de conversa, da tela do site que deu o empréstimo, contratos, comprovantes de depósitos) e, de imediato, registre um Boletim de Ocorrência, avise seu banco e faça a denúncia do caso em órgãos de defesa do consumidor.

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