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Pobre país que não valoriza seus mestres!

Como educadora, mulher apaixonada pela Educação, vejo os sinais há tempos: estão aí, escancarados pelo descaso, pelo desprezo, pelo desamor, pela ignorância transvestida de “conhecimento”, pela arrogância com que qualquer um se arrouba a ser especialista, a condenar, a rotular… a não ouvir suas sugestões, suas ideias, suas orientações…

Você previne, avisa, cuida e se depara com uma parede de negacionismo e insensibilidade de pais, técnicos, governos, poderosos, da sociedade como um todo. Pobres coitados dos educadores! Dom Quixotes lutando contra moinhos de vento, desacreditados, infelizes em suas escolhas… É assim que nos veem.

A pandemia fez um estrago na saúde mental de todos. Mais do que nunca, é vital lidarmos com o que ficou, acolher, incluir, conversar, dialogar e ouvir de forma empática. O que se conversa nas famílias, nas casas, nas redes, é muitas vezes tóxico, contamina a todos com um veneno invisível que escorre pelas insinuações, pelos preconceitos, pelo ódio geral e irrestrito que explode muitas vezes em violência. A professora Elisabeth Tenreiro foi a última vítima. 71 anos e trabalhando. Acreditando na sua missão de educadora. Como eu! Como tantos! Isso não vai passar com o tempo!!! Isso não pode ser varrido para debaixo do tapete!!! É preciso falarmos sobre isso, e reconhecer a dignidade dos nossos educadores. Pobre país que não valoriza seus mestres!

Eliane Sanches Querino

É diretora executiva da Know How. Professora de inglês e empresária. É líder e uma das fundadoras do Grupo Mulheres do Brasil.

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