‘Beco do problema’ nos fundos do Castelinho é rota de fuga pra bandidos que agem no Santa Lúcia

Os moradores de uma rua no bairro Santa Lúcia sofrem há anos com um beco que coleciona um longo histórico de “apoio à criminalidade”. O beco fica entre os fundos do Clube Castelinho e a avenida Avenida Paulo Roberto Cavalheiro Coelho, paralela à Avenida Miguel Sábio de Mello. É por esse corredor que ladrões fogem depois de cometer crimes nas proximidades. No último dia 15 de julho, a mata a qual esse corredor dá acesso foi palco de um encontro mórbido: o corpo de um homem não identificado que estava com marcas de agressões, tinha perfurações, estava parcialmente queimado e o crânio estava esmagado.

Essa ocorrência chocante deixou apavorados os moradores daquela localidade, que já convivem há anos com medo do beco. “A gente já vive com medo desse beco. tem medo dos criminosos que passam por aqui como se fossem donos de tudo. Com uma coisa terrível como essa, o medo só cresce. Chamo esse beco de rota de fuga. É um corredor que não tem passagem para carros, mas pode perfeitamente ser atravessado de moto e bicicleta e se torna um lugar perfeito para quem quer escapar de alguma atividade criminal. Ótimo espaço para quem quer fazer coisa errada como uso de droga ou tráfico”, disse uma das moradoras do local.

Outra moradora, que já foi alvo de bandido mais de uma vez, também reclama. “O muro da minha casa é colado nesse corredor. Se quiserem entrar na minha casa, infelizmente ninguém vê. Não tem iluminação e nem nada. Só na minha casa já entraram três vezes!! É um absurdo!! Eu vivo com medo de encontrar um ladrão dentro da minha casa. Entram também na casa dos vizinhos da frente, do lado… A vida tá fácil pra esses bandidos”, disse outra moradora da mesma rua. “Eles usam esse pedaço como ponto estratégico de esconderijo e de fuga. Usam pra fugir da polícia, porque o carro da polícia não entra. Correm pelo beco e se escondem na mata. É um local perigoso”, disse outro morador. Os moradores pediram para não terem os nomes divulgados por segurança.

O que fazer com o beco?

“Precisamos que a Prefeitura faça alguma coisa, pois como está, é trazer perigo para nós da vizinhança. Não tem importância o que será feito, desde que se faça alguma coisa. Que seja conceder esse pedaço para o Castelinho e que o clube utilize para alguma coisa e encerre com essa perigosa passagem. Ou que doe para os moradores fazerem algo, seja estender o seu terreno, seja murar. Ou, ainda obstruir de uma maneira que ninguém possa passar. Enfim, independentemente de qual decisão for tomada pelos administradores públicos, o que não pode é ficar como está, pois aí sim é muito perigoso”, uma moradora que também teve sua casa invadida. Veja o vídeo do momento exato em que um criminoso invade o quintal da casa. Repare no homem de camisa laranja. No começo da filmagem, sua tranquilidade é tanta que faz parecer até que ele seja da casa. Ele abre o portão e passa alguns segundos dentro do quintal. Instantes depois o homem sai, furtando uma bicicleta. Ele monta na “bike” e foge como se nada tivesse acontecido.

Em outra ocasião a casa dessa mesma mulher também foi invadida por ladrões. Três homens cortaram a concertina do muro da casa, pularam o muro que dá para o quintal e invadiram a casa pulando a janela do quarto, enquanto a dona estava na cozinha. “Quando eu percebi, fiquei apavorada!! Sai correndo aos berros e isso chamou a atenção da vizinhança e os bandidos fugiram… adivinhem por onde? Pelo beco. Nenhum deles foi preso. Entre os bandidos tinha uma mulher que ficou de “campana” do lado de fora da casa. Ela foi pega, passou algumas horas na delegacia, mas também foi liberada pelas autoridades.

A Folha de Franca entrou em contato com a Prefeitura, por meio da assessoria de imprensa, para saber o que é possível fazer para ajudar os moradores. Foi orientada a passar essse material que será encaminhado para a Secretaria de Meio Ambiente, responsável por esse tipo de ação.