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A esquerda de Franca precisa se unir em 2024

Nas eleições municipais de 2024, a esquerda de Franca precisará trabalhar em unidade se quiser chegar ao segundo turno. Cortez recebeu em diferentes atos o apoio da Rede Sustentabilidade e do PCdoB, e segue dialogando com os demais partidos do campo da esquerda que ajudaram a construir a vitória de Lula em 2022.

As eleições municipais de 2024 se aproximam e esse debate ganha cada vez mais espaço em todo o país. Em 2022, o cenário eleitoral no Brasil foi marcado por uma disputa intensa entre a democracia e o bolsonarismo. A eleição de Lula representou a derrota de Bolsonaro nas urnas, mas o bolsonarismo segue vivo como uma força política e social disposta a retomar o poder no Brasil

É inegável que o estado de São Paulo abriga ainda hoje grande parcela de apoiadores do Bolsonaro e da extrema-direita. Tendo Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente do governo estadual como um dos principais nomes para a sucessão de Bolsonaro – agora inelegível – na disputa eleitoral de 2026, São Paulo se tornou parte essencial dessa disputa. E o interior de São Paulo mais ainda. 

Enquanto Lula venceu na Capital de São Paulo em 2022 com 53,54% dos votos válidos, representando a força de sua política na maior metrópole do país, o interior votou em  Tarcísio e Bolsonaro, mesmo com o total descaso para com os serviços públicos, com a privatização da Sabesp e tantos ataques à educação. É neste sentido que se enfatiza a importância do interior paulista para quem disputa contra o bolsonarismo, desenhando-se neste território um “terceiro turno de 2022”, em que a esquerda e o campo democrático estarão frente a frente na disputa com o bolsonarismo.

É por isso que a esquerda de Franca em 2024 não pode ter uma política vacilante. Com o cenário de disputa que se desenha e a importância do interior para que o progressismo dispute seu espaço, Franca, que está entre os 100 maiores municípios do país, terá um papel muito importante. Isso não só porque este “terceiro turno” se desenha, mas porque a disputa parece ser acirrada e com espaço relevante para a esquerda. Guilherme Cortez, neste sentido, tem se tornado um nome promissor que veio para balançar o cenário eleitoral. 

Primeiro deputado estadual de esquerda eleito com base eleitoral em Franca, hoje tem despontado com um mandato que em seu primeiro ano já destinou 8,7 milhões de reais em emendas parlamentares para a cidade. O líder francano que representa a luta em defesa da educação e da saúde pública, que é contra a privatização da Sabesp e um defensor permanente dos direitos humanos, teve seu nome colocado à disposição  pelo PSOL em novembro de 2023 para a disputa da prefeitura da cidade. 

Essa decisão foi estratégica para pensar a posição da esquerda de Franca nas eleições de 2024. Os políticos de direita se dividem entre os nomes de Alexandre Ferreira (MDB) e João Rocha (PL)  nas pesquisas, em uma competição  entre a velha política que se esquiva dos debates com a população e o auge do conservadorismo bolsonarista. A direita de Franca está dividida entre esses dois nomes em 2024, com ambos representando a possibilidade de um retrocesso ainda maior nos direitos dos trabalhadores e dos setores oprimidos da nossa cidade. É por isso que a esquerda não pode vacilar, precisando de maturidade para se unir e chegar de fato no segundo turno das eleições. 

     Tudo desponta para o mesmo lugar: a esquerda em Franca precisa se unir e aproveitar a fragmentação da direita para chegar ao segundo turno. Nos 200 anos de Franca, precisamos mudar, não sendo  mais aceitável que o segundo turno das eleições seja apenas um confronto entre a direita e a direita. O caminho para a unidade da esquerda em Franca se desenha cada vez mais como o único possível para apresentar uma alternativa sólida do campo democrático para a cidade. O bicentenário de Franca exigirá maturidade e responsabilidade da esquerda, que vê seus partidos crescerem constantemente e quer ver sua política chegar nas mentes e ideais da população. 

 Franca se vê diante da possibilidade de fazer história. Uma frente única de esquerda pode elevar nossa cidade a um patamar semelhante ao que se desenha na capital, com o nome de Guilherme Boulos (PSOL). Em São Paulo, os movimentos sociais e as forças democráticas se lançaram em um movimento de apoio ao líder do PSOL que, com a unidade, hoje lidera as pesquisas na intenção de votos para a prefeitura de São Paulo, frente a Ricardo Nunes (MDB).

O cenário da capital não está distante de Franca: lá, um deputado do PSOL é pré-candidato à prefeito com apoio do PT, lançando Marta Suplicy como pré-candidata à vice-prefeitura. Essa é a unidade que faz oposição ao atual  prefeito de São Paulo, do MDB, passou a liderar as pesquisas com a força de seu movimento. Em Franca, também um deputado do PSOL pode crescer com a unidade da esquerda em oposição ao atual prefeito, Alexandre Ferreira, do MDB. De Guilherme Boulos a Guilherme Cortez, apostar na atuação conjunta da esquerda parece promissor. 

A disposição de todos os partidos da esquerda francana para construir a unidade é o primeiro caminho. Depois, somente o diálogo saudável, franco e respeitoso entre esses atores poderá gerar o consenso necessário entre todas as legítimas pré-candidaturas colocadas neste campo para definir uma estratégia e uma campanha comum para levá-la de volta ao poder na cidade, em torno do projeto que se apresente como mais viável para atingir esse objetivo.  

2024 exigirá sonho, movimento, maturidade e unidade da esquerda. Com isso, o campo progressista de Franca poderá alcançar outros patamares, e transformar os 200 anos da cidade em um marco para sua população.  

Lê Magalhães

É estudante de Direito na Unesp, ativista trans e diretor LGBTI+ da União Estadual dos Estudantes de São Paulo.

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