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Crise hídrica tira até maria-fumaça de circulação no interior de São Paulo

Não está fácil para ninguém mesmo a escassez hídrica que atinge fortemente o interior de São Paulo. Tanto que até mesmo a maria-fumaça utilizada na rota entre Campinas e Jaguariúna deixará de ser utilizada na seca.

De acordo com a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), devido ao agravamento da crise hídrica e ao risco de incêndios nas propriedades às margens da ferrovia, foi decidido que as locomotivas a vapor não serão utilizadas na rota de 24 quilômetros entre as duas cidades.

A maior parte do trecho corta propriedades rurais, algumas históricas, cuja vegetação está totalmente seca devido à estiagem prolongada.

“Este ano a estiagem está pior ainda do que em anos anteriores e está tudo muito seco. O capim às margens da linha está amarelinho, qualquer coisa que cair ali provoca incêndio”, disse Hélio Gazetta Filho, diretor administrativo da ABPF.

Para funcionar, a maria-fumaça precisa de uma caldeira, que produz o vapor usando o combustível (carvão ou lenha e água), transformando a energia em atividade mecânica. Por viagem entre as duas cidades, são gastos de 8.000 a 10 mil litros de água.

Como a maria-fumaça é um dos principais atrativos do roteiro turístico, porém, ela permanecerá na estação de Anhumas, em Campinas, para visitação dos turistas, nos horários do passeio de trem.

A tradicional demonstração do funcionamento do trem a vapor, feita antes do início das viagens, também está mantida.

Com isso, apenas locomotivas diesel elétricas serão utilizadas pela associação, até que o cenário climático permita o retorno das chamadas “mafus” aos trilhos.

Fabricadas na década de 50, as locomotivas diesel elétricas em uso pertenceram às extintas companhias ferroviárias Mogiana e Paulista.

Segundo o diretor da associação, caso chova em volume significativo, a maria-fumaça até poderá ser utilizada neste final de semana, mas por enquanto a paralisação é por tempo indeterminado.

Maria-fumaça Campinas-Jaguariúna

  • Trecho: estação Anhumas à estação Jaguariúna, passando por outras três no trecho
  • Rota: 48 km (ida e volta)
  • Duração: 3h30 (completo, ida e volta) e 2h (meio percurso)
  • Preços: R$ 90 (meia-entrada ou ingresso solidário) no percurso completo e R$ 70 (meia ou ingresso solidário) no meio percurso
  • Atrações: demonstração da operação do trem, música e antigas fazendas

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